Aqueles que tanto amavam
Enlouqueceram
E aqueles que tanto falavam de amor se calaram
Cederam suas primaveras
ao cair de folhas amarelas
Nesse instinto de amar sou mentiroso
Assim dizem os que enlouqueceram
e os que nada mais falam de amor
Acredito neles ou minto
eu pra mim mesmo
que amor não é instinto?
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
Alfa
Já não me chamo mais cordeiro
Aprendi tarde a mostrar meus caninos proeminentes
Mas agora o faço acompanhado de um rosnado aterrador
Assim invadam meu território
Ameacem minha matilha que é apenas apenas
Eu, alfa de mim mesmo e de todas as minhas convicções
Aprendi tarde a mostrar meus caninos proeminentes
Mas agora o faço acompanhado de um rosnado aterrador
Assim invadam meu território
Ameacem minha matilha que é apenas apenas
Eu, alfa de mim mesmo e de todas as minhas convicções
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
Hai-kai sobre espécies
Nem um bom dia ao vizinho
mas a todos os cães e gatos da rua
a calorosa saudação em falsete
mas a todos os cães e gatos da rua
a calorosa saudação em falsete
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Interlúdio: Caos no Universo Animal
Entropia
Penso
Logo creio ser dotada de cueldade à maneira de nosso livre arbítrio coletivo
Caos
Creio
Logo penso tratar-se de uma praga
Um castigo infligido por um desses deuses sempre dotados de crueldade
Axioma
Não se refuta
Dogma
Não escrito nem louvado de joelhos e mãos postas
Caos
O tempo seu senhor
Somos pois escravos do escravo
Nossa humilhante condição de subjugo à destruição constante que se arrasta desde a sopa primeva
O estigma do caos
No mais simples código genético
Nós, as bactérias
Nós, os plânctons
Nós, os girinos
Répteis, aves
Mamíferos-sapiens
Todos carregamos o estigma
Chagas que sangram no pulso e vertem água do peito
Mas que estigmas?
É o fato, sem versões
Sem figuras rupestres ou de linguagem
O que são essas figuras se não um nada
Racionalizações que são nada
Como a contagem de tempo que não passa
Vê-se apenas seu rastro
Seu passar silencioso e devastador
Mas o tempo passa
O tempo passa?
Nós passamos?
Ou é o caos na sua jornada?
Entropia
Penso
Logo creio ser dotada de cueldade à maneira de nosso livre arbítrio coletivo
Caos
Creio
Logo penso tratar-se de uma praga
Um castigo infligido por um desses deuses sempre dotados de crueldade
Axioma
Não se refuta
Dogma
Não escrito nem louvado de joelhos e mãos postas
Caos
O tempo seu senhor
Somos pois escravos do escravo
Nossa humilhante condição de subjugo à destruição constante que se arrasta desde a sopa primeva
O estigma do caos
No mais simples código genético
Nós, as bactérias
Nós, os plânctons
Nós, os girinos
Répteis, aves
Mamíferos-sapiens
Todos carregamos o estigma
Chagas que sangram no pulso e vertem água do peito
Mas que estigmas?
É o fato, sem versões
Sem figuras rupestres ou de linguagem
O que são essas figuras se não um nada
Racionalizações que são nada
Como a contagem de tempo que não passa
Vê-se apenas seu rastro
Seu passar silencioso e devastador
Mas o tempo passa
O tempo passa?
Nós passamos?
Ou é o caos na sua jornada?
Entropia
sábado, 4 de setembro de 2010
Espécies
Ah, a comovente posição de dormir do gato!
Mais comovente é saber que após o sono
Ele não pensará em nada
Andará, caçará, lamberá as patas sem pensar em nada
Limpará seu cu com a língua sem pensar que isso é algo feio, nojento e imoral
Subirá nas árvores e sequer imaginará que também o leopardo assim o faz
Cobrirá uma gata junto a uma horda de outros gatos
Que também não pensarão ter encontrado seu único e verdadeiro amor
Ao final de tudo
Ele voltará a dormir em outras posições igualmente comoventes
E não pensará nisso também
Mais comovente é saber que após o sono
Ele não pensará em nada
Andará, caçará, lamberá as patas sem pensar em nada
Limpará seu cu com a língua sem pensar que isso é algo feio, nojento e imoral
Subirá nas árvores e sequer imaginará que também o leopardo assim o faz
Cobrirá uma gata junto a uma horda de outros gatos
Que também não pensarão ter encontrado seu único e verdadeiro amor
Ao final de tudo
Ele voltará a dormir em outras posições igualmente comoventes
E não pensará nisso também
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
Homem Feito
Aprendi com todos os medos
Fui moldado pelo meio
Cumpri meus anos de desenvolvimento cerebral
Agora busco novas conexões para minhas sinapses
Cerquei-me de todo o nada disponível
Do mais fútil ao indispensável
Engordei miseravelmente nas delícias do fazer mínimo propiciado pelo uso de ferramentas
E pensei poder fazer tudo
E nada fiz, enfim.
Fui moldado pelo meio
Cumpri meus anos de desenvolvimento cerebral
Agora busco novas conexões para minhas sinapses
Cerquei-me de todo o nada disponível
Do mais fútil ao indispensável
Engordei miseravelmente nas delícias do fazer mínimo propiciado pelo uso de ferramentas
E pensei poder fazer tudo
E nada fiz, enfim.
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
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