segunda-feira, 2 de abril de 2012

domingo, 1 de abril de 2012

A matilha é mais que o território
O alfa é mais que a matilha
O animal é mais que o alfa

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Por que preciso dessa escrita que me esconde e me trai?
Basta um rosnado, um grunhido
Uivo
Ou latido
Um balançar de rabo
E sabes bem da festa que te faço

domingo, 18 de setembro de 2011

Por um acaso, todas as suas memórias foram apagadas
Eu que jurei esquecer por mim mesmo, jamais o fiz
Jamais contei com a sorte do acaso
Também não quis essa sorte
Sempre deixei pelo menos uma centelha que abanava em tempos frios como esses
Eis que, não por acaso, tudo se apagou
Eis que até o calor de seus lábios se dissipou
E os meus que os tocaram tremiam,
Não de choro, mas de frio
Encaro o senhor do tempo e o pergunto:
Senhor do tempo e do caos de todas as coisas, há pouco aprendi que a tudo possuía e neste momento é o nada em minhas mãos?
Tremeu a fortaleza de aço e fúria
Onde a cada batalha erigia-se mais forte
Onde tudo era proibido: Palavras, afagos e até mesmo os mais secretos sussurros
(Certa vez, fora de seus muros, onde não havia ninguém, no lado que dá para o mar, escrevi na areia palavras proibidas. Percebendo minha ousadia, o mar tratou logo de apaga-las. Tornou-se um segredo entre mim e o mar.
Tudo ruiu
Aço, fúria e rocha vieram abaixo
Como tudo um dia vem abaixo
Assim diz o senhor do tempo e do caos de todas as coisas
E o que me diz agora?
Nada
Como o nada que me cerca
E que tudo parece, até com o tudo
Mas é nada
Que teima em se esvair ainda mais
O que me resta agora?
Monge sem religião
Lutador sem embates
O arrastar das horas que a tudo destrói
O aglomerado de pessoas que a tudo destrói
E tudo: o grande nada que me cerca
Mas não eu
Menos que nada, restou-me a centelha que tanto abanei, soprei e avivei
Antimatéria que a tudo consome
Inclusive o nada que sou eu
Não o que me cerca
O buraco negro que atrai até a luz com seu magnetismo-gravidade
Buraco negro é nada?
O que o faz tão poderoso?
Gravidade
Que draga todo o universo
Que torna tudo nada
Como suas memórias que agora são nada
Como o calor de seus lábios que agora é nada
Nada como a anti-entropia do abano, do sopro, do avivamento
Inútil pelejar contra o senhor do tempo e do caos de todas as coisas
Nenhum lutador é páreo
Nenhum monge em toda sua prece, meditação, jejum e espera alcança sua indulgência
O nada são respostas
Ditas. Explícitas ou em entrelinhas intricadas
Propaladas em silêncio
Respostas que o senhor do tempo e do caos de todas as coisas nos dá quando são outras as dúvidas

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Homem-elefante

Queria fazer um exercício ridículo de aconselhamento
Como um sábio ancião doutrina o discípulo,
Diria - esta juventude que trazes no peito é somente tua
Precisas gastá-la até exauri-la

Ou então, precocemente ficarás tão velho quanto um ancião
E tão estúpido que pensarás ser sábio suficiente para aconselhar sobre juventude.

sábado, 7 de maio de 2011

Na volta do industrioso Ulisses
Argos não fez festa
Sobre a cama, a mortalha há muito finda
o bravo e bêbado Ulisses
Vaga louco ao sol escaldante
encantado com as sirenas